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sábado, 8 de novembro de 2014

Lado A, Lado B | Em alta, o disco de vinil sobreviveu ao tempo e, hoje, desperta cada vez mais o interesse dos apaixonados por música

Fim de tarde, domingo ensolarado. Uma decoração rústica abriga mais de três milhões de discos. Na vitrola ecoa a voz da cantora Carole King com o play Tapestry, de 1971, em uma das faixas que, mais tarde, seria regravada por Amy Winehouse. Um clima íntimo e familiar preenche a atmosfera local, afinal trata-se de um casarão. 

O disco de vinil é também conhecido como Long Play, daí a sigla LP. Ele começou a ser fabricado nos anos 40, porém devido ao surgimento do CD, nos anos 90, a mídia sofreu um brusco abatimento em sua produção, ainda mais intensificado com a popularização da internet, alguns anos depois. Hoje, ele reaparece, mesmo que de maneira tímida, e volta como aposta de bandas nacionais e internacionais. 

Na Vitrola CulturalA tendência permitiu que, em março de 2013, São Paulo ganhasse uma nova opção de lazer: O Casarão do Vinil, um espaço que, além dos discos clássicos, conta com relíquias da música nacional. Segundo Giovanni Basile, um dos responsáveis, os discos não são catalogados por gênero, pois o intuito é que o visitante tenha contato com a maior variedade de LPs possíveis, durante o processo do garimpo.

Antes disso, a América Latina contava com apenas uma produtora especializada no ramo, a Polysom, localizada no Rio de Janeiro.

Para criar o este novo acervo, Jorge, quem deu vida ao projeto, começou a comprar discos desde 2002. Ele imaginava atrair os fãs de música à moda antiga, da época do vinil. A surpresa veio quando o público jovem, em torno de 16 a 25 anos, começou a frequentar o local.

Uma questão de hábito?

Na Vitrola CulturalQual a diferença dos discos para a música que pode ser facilmente encontrada na internet? Como Giovanni ressalta, o vinil capta a atenção do ouvinte. De acordo com ele "O público está sentindo a necessidade de tocar a música", o que vai de encontro com as características da mídia, que conta com dois lados, sendo necessário parar e mudar o lado. Não permite a passagem da faixa, ou seja, é necessário ouvir o disco por completo.

Contudo, é importante lembrar que tem gente dos dois lados. Gente que não dispensa um bom disco e gente que encontra tudo e mais um pouco para baixar na internet. Mais importante que a alternativa é não deixar a música cair na “banalização”, ou seja, escutar inúmeras bandas, mas não entender e se aprofundar, de fato, em nenhuma. 

Galeria

Um (bom) disco não é apenas uma faixa, mas sim, a junção de uma ideia sonora, que começa na arte da capa e vai até a ordem das músicas. Tal obra tão minuciosa é capaz de transformar a vida de alguém. Dúvida? Confira depoimentos de quem vivenciou a experiência: 

Nevermind, Nirvana 


"Me senti voltando no tempo, senti tudo que as pessoas sentiam naquela época. Sentimentos, de toda uma geração passada, traduzidos em música. E eu vivendo isso, uma década depois."
                                                            João Victor, 27 anos








Blood Sugar Sex Magik, Red Hot Chili Peppers

"Com ele, aprendi a ter uma certa curiosidade musical. Isso porque, após ver um clipe deles na MTV, encontrei o play no quarto do meu tio, e coloquei no som dele para ouvir. Depois disso, dediquei minha adolescência inteira a essa banda."
                                                                       Rafael da Paz, 21 anos







Violator, Depeche Mode 

"Quando ouvi pela primeira vez, a sensação de inspiração para a vida, amores e desafios, foi imediata. Sempre voltava e repetia, acompanhando as letras que questionavam sentimentos e existência com uma sensibilidade sem igual."                       
                                                                   Dennis Almeida, 30 anos







Above, Mad Season

"Quando o reproduzi pela primeira vez foi um choque. O disco me trouxe uma sensação imersiva e um envolvimento que até então eu nunca tinha experimentado. Era como se suas músicas me acolhessem de alguma maneira! Na época eu estava passando por um período de turbulências na minha vida e o disco foi um verdadeiro analgésico para minha mente. Desde então, sempre o carrego comigo."                             
                                                                                                                  Alexandre Simone, 21 anos 



NOLA, Down

“É um divisor de águas no metal, onde mistura a velha pegada do Pantera com o stoner rock. As músicas todas têm letras profundas, as melodias são fantásticas (principalmente se compararmos com o que rolava por aí na época) e carrega vários sentimentos."     

                                                               Gabriel Magalhães, 21 anos








Vai ver:

Casarão do Vinil: www.facebook.com/pages/Feirao-1-milhao-de-LPs
Polysom: www.polysom.com.br